domingo, 21 de junho de 2015

Da obediência ao primado da paciência

Estou com problemas na minha saúde ainda não sei o que é, médicos, exames, médicos e as responsabilidades cotidianas me fazem querer que o dia tivesse 48 horas, mas tenho paciência, ainda encontro tempo para o silêncio, à solidão e o descanso. Só calada e parada percebo que sou mais do que o que digo e do que faço. Porque tudo tem um sentido. E porque há coisas que começaram a não fazer sentido nenhum. Não preciso voltar a olhar de longe e ver tudo numa outra perspectiva. A rotina não me rouba tempo e espaço e não acabo por me afastar daquilo que sou e quero ser. Foi isto que aprendi quando comecei a estudar Vedanta, saber esperar, a minha vida era o oposto e foi fantástico ver como os sonhos pisam o chão e não vão, por seu pé, viver noutras casas, provocar outras vidas… Confiança em quem esta estendendo a mão, ainda que tombe de cansaço, resiste vivendo e ensinando! A vida é muito mais. O mundo até pode chegar, mas só se for por inteiro! 
Relacionar com outras pessoas é um desafio. É uma provocação ao acaso, é uma careta ao destino. É ir de encontro à grande diversidade que desconhecemos, e entrar por ali adentro. É esta sequência de portas aleatórias que vamos abrindo, num universo infinito de possibilidades. Para sermos o resultado de vários caminhos e não apenas de um. Para sermos frutos da diferença e da pluralidade. Para sabermos desformatar a nossa realidade e voltar a dar valor ao que realmente importa, para relativizar o que afinal não tem importância nenhuma. E para aprender Vedanta é preciso ter paciência como temos em outras ocasiões em nossas vidas: paciência para aprender a dirigir um carro, para aprender uma profissão, para ouvir as pessoas, para escutar o outro como alguém que me diz algo precioso... É na prática simples e cotidiana da paciência que está à base das vitórias sobrescritas. Às vezes tudo que pode dar errado dá errado. Dar errado chamo isto de tempestade perfeita. Mas quando todas as casas são arrancadas, quando todas as árvores são arrancadas, ela chaga ao fim, os ventos vão se acalmar, a nuvem vai se dissipar, a chuva vai parar. O céu vai se clarear e só então nos momentos calmos depois das tempestades que vamos descobrir o quanto fomos forte o suficiente para sobreviver porque tivemos paciência em esperar.
Paciência é isto que está edificando as minhas pontes e prometendo abrir fendas na minha mente. Tudo depende da obediência ao primado da paciência. Paciência para tentar e repetir, paciência para ter paciência, paciência para quando não se percebe nada de nada. Eu estou nesta fase do nada do nada, a minha vida esta numa turbulência, mas eu me mantenho firme porque sei que o piloto tem um lar para cuidar e eu moro neste lar.

É possível que existam de novo estas pontes no plano do mínimo, do cotidiano, do lugar do anonimato onde a vida encontra a sua consistência. Da paciência à admiração, da admiração ao contributo, eis a rota da minha senda! 

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